30 dezembro, 2013

HOSPITAL:POUCO MAIS DE SETE MINUTOS...SOBRE UM DRAMA REAL...

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Um colega chegou a mim e perguntou: - Paulo, o que aconteceu? Minha resposta foi um silêncio profundo. Não entendia o que estava acontecendo. Era algo que não acreditava, até aquele momento, quando percebi que tudo acontecia numa expectativa alimentada pelas horas de ansiedade a espera por uma reunião que desfez qualquer esperança em apenas pouco mais de sete minutos. Fiquei atento a isso: foram pouco mais de sete minutos. Parte do que muitos foram dentro de uma instituição se desfez nesse tempo: sete minutos... Pouco mais que isso. O passar dos dias que se faz para além do exíguo tempo foi de uma tristeza sepulcral, onde as falas ficam difíceis para o enfrentamento de um novo momento a vida para alguns que de cabeça erguida e com toda a dignidade que caiba na natureza humana, puseram-se rapidamente diante da necessidade de uma nova caminhada, em realidade distinta a que até o momento dos fatídicos sete minutos (pouco mais que isso) se apresentou a todos que ali se reuniam para uma separação. No momento seguinte, choro, angústia, revolta, e todas as possiblidades de manifestação interior que se exterioriza, ao menos naquele momento, no olhar. Não sei explicar o que aconteceu. Não quero ser leviano, nem tão pouco tomado pelos discursos de contradição, que na revolta encontra alento a qualquer justificativa que não explica nada, a não ser a própria revolta de cada uma das quase 60 pessoas, que tiveram seu trabalho usurpado por procedimentos ainda não totalmente entendidos. Com isso, não quero refutar ou questionar qualquer artifício legal utilizado para os encaminhamentos e tomada de decisões que resultaram na concretização do ditado: a corda sempre arrebenta no lado mais fraco. Há nisso uma sinistra, estúpida e evidente obviedade. No decorrer dos dias, e ainda são poucos, os discursos se multiplicam nas redes sociais, mais especificamente no Facebook, onde a palavra se manifesta em torrenciais de ignorância, ou de revolta, ou de busca de entendimento interior, ou de calma, ou de frustração... É um misto de tudo e por vezes de nada que não constrói possibilidades de percepção que mesmo na dor é preciso não intensificá-la ao ponto de que outros também a sintam e numa intensidade que possa superar a dor de quem deveras sente. Onde estão os culpados? Não sei também dar essa resposta. O que sei é que alguns olhares, e mesmo palavras, acusam inocentes. A inocência em si trás uma culpa interior pelo silêncio quando se requeria a fala, e pela fala quando se requeria o silêncio. A ignorância na revolta faz que se cometa a mesma “injustiça” que possa ter sido cometida. A legalidade da ação, repito, não pode ser questionada. O que se pode querer são respostas que, não tendo mais certeza de nada, espero que venham. Aos culpados, a pena. Que a justiça, que a partir de todas as investigações, apresente conclusão necessária a este drama de alguns de nós e talvez imposto a toda uma população (caminho aqui acreditando que tudo pode dar certo). Em mim, a percepção e o entendimento da inocência de uma grande maioria de pessoas, daqueles que perderam seus postos de trabalhos (perdoem-me, não inocento a todos). Não sou juiz, reservo o direito de opinar numa observação de comportamentos e mesmo ações percebidas pelo convívio de longa data. Vejo inocentes num alento aos seus algozes e num entendimento distorcido de quem possa ser culpado por todo esse drama real. Não esqueço, entretanto, que ainda permanecerão nesta nossa casa de saúde alguns portadores de graves doenças da alma: falta de caráter, indignos de confiança e insensíveis ao sofrimento do próximo – graças ao sempre bom Deus constituem uma minoria. Enfim, não sei se uma vida profissional possa caber num exíguo tempo: sete minutos, pouco mais que isso. Descobri que coube. Não sei o que cada pessoa que foi tão somente testemunha de tudo que aconteceu no decorrer de alguns meses, pensa, sente, faz, diz, escreve... O que sei é que trago aqui dentro uma tristeza e uma revolta. Tristeza por tantas pessoas terem que buscar outros caminhos, não mais próximos aos meus, não dando os bons dias, tardes ou noites como companheiros de trabalho, discutindo o stress do nosso cotidiano na instituição que passa a ser vista de outra forma – para alguns, com os olhos da expectativa, para outros, com os olhos de certeza de futuro nebuloso. Não faço exercício de futuro, mas torço que seja bom para todos.

por Paulo Gomes...


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